terça-feira, 17 de março de 2009

DANÇAS E FOLGUEDOS POPULARES

A dança pode ser considerada a primeira manifestação do homem em grupo, dirigindo-se às forças sobrenaturais. No Brasil, as danças indígenas eram realizadas em círculo, em expressão sagrada, adquirindo posteriormente um caráter lúdico. Algumas possuem conotações religiosas, cuja finalidade é solicitar algo ou agradecer às forças astrais por alguma dádiva recebida. Sabe-se, porém que os indígenas, portugueses e os africanos são responsáveis pelas danças brasileiras. Até o século XVIII, dançava-se acompanhando as procissões ou bailava-se dentro das igrejas. Aproximadamente em 1914, nos autos populares do Nordeste e do Sul, as danças eram realizadas em frente as capelas, matrizes e catedrais, em homenagem ao Deus menino. As danças não dependem de moda, possuem uma coreografia coletiva. São quase todas tradicionais chamadas de dança de salão. Baseia-se no movimento rítmico do corpo ou parte dele, em geral acompanhada por música e canto, de modo informal. Elas nunca desaparecem, porém mudam de nome.

Os folguedos caracterizam-se pelas letras (quadras, sextilhas, oitavas ou outro tipo de verso); música (melodia e instrumentos musicais que sustentam o ritmo); Coreografia (movimentação dos participantes em fila dupla, roda, roda concêntrica ou outras formações); temática (enredo da representação teatral). Atualmente os participantes “cortam” os diálogos, pois somente a coreografia e a letra asseguram a compreensão dos acontecimentos na apresentação teatral do folguedo. Eles podem ser classificados em folguedos natalinos (Reisado, Guerreiro, bumba-meu-boi, chegança, fandango, marujada, presépio, pastoril, pastoril profano, maracatu, taieiras, quilombo, cavalhada); folguedos carnavalescos (cambindas, negros da costa, samba de matuto, Caboclinhos); folguedos carnavalescos com estrutura simples (boi de carnaval, gigantões, cobra jararaca); folguedos de festas religiosas (mane do rosário, bandas).


TORÉ
Para os índios Xuxuru-Cariris, Ei-Uka, é o senhor do mundo e criador de todas as coisas. Deus para os católicos. Toré é o verbo encarnado, elemento de ligação entre Ei-Uka e os homens. Corresponde a Jesus para os católicos. Para agradecer as divindades, ou para rezar suas orações, os caboclos dançam em círculo, fazendo movimentos coreográficos simples e ritmados. Ora, os brancos ouvindo os índios dizerem que iam cultuar Toré, entenderem que a dança ritual possuis esse nome, e Toré passou a designar, só para os brancos, a dança dos índios. Esse de interpretação permanece até hoje.

MARUJADA

Em Alagoas é um folguedo eclético, possuindo elementos de folguedos náuticos, Reisados, Taieiras e Pastoris. O grupo é formado por vinte e cinco componentes. Utilizam trajes de marinheiros, imitando os movimentos do mar, cantando e representando. A orquestra que acompanha o folguedo é formada por sanfona, pandeiro e tambor.




GUERREIRO

Auto profano – religioso natalino formado por músicos, cantadores e dançadores; grupo multicolorido semelhante aos reisados, mas com maior número de figurantes e episódios; maior riqueza nos trajes e enfeites e maior beleza nas músicas. O auto dos guerreiros é um folguedo surgido em Alagoas, entre os anos de 1927 e 1929. É o resultado da fusão de reisados alagoanos e do antigo e desaparecido Auto do Caboclinhos, da Chegança e dos Pastoris.



BUMBA-MEU-BOI

Auto popular de temática pastoril que tem na figura do boi a
personagem principal. Aparece em todo Brasil com nomes
de Bumba-meu-Boi, Boi-Bumbá, Boi-de-Reis, Bumba-boi,
Boi-Surubi, Boi-Calemba e Boi-de-Mamão.





PASTORIL

É o mais conhecido e difundido folguedo popular de Alagoas. É uma fragmentação do Presépio, sem os textos declamados e sem os diálogos. É constituído apenas por jornadas soltas, canções e danças religiosas ou profanas de época e estilo variados.
Como os presépios, origina-se de autos portugueses antigos, guardando a estrutura dos Noéis de Provença, França.



FREVO
Dança e música do carnaval de Recife.Oriundo da capoeira,
não possui caráter religioso e em relação ao Maracatu,
só mantém o guarda chuva como adereço.





CAVALHADA

Desfile, corrida de cavalos e jogo das argolinhas, realizados em amplas praças ou parques próximos da igreja. Os participantes, doze cavaleiros – de dois cordões, azul e encarnado tentam retirar as argilosas suspensas nas garras.







MARACATU

Grupo carnavalesco pernambucano, que percorre as ruas cantando
e dançando sem coreografia especial. Acompanham os reis de congos,
eleitos pelos escravos, para coroação nas igrejas e posterior batuque no adro, homenageando a padroeira ou Nossa Senhora do Rosário.



DANÇA AFRO

A cultura africana que se tornou conhecida dos brasileiros e que faz parte da formação cultural do Brasil foi aqui trazida e formada principalmente pelos escravos desde o início da idade moderna até o final do século XIX. A cultura africana aqui teve um espaço de preservação que não houve em nenhum outro lugar do mundo onde se constatou a presença negra. Aparentemente pode ser uma colocação benigna sobre a exploração colonial, mas não é, pois foi justamente por não haver aceitação da presença negra nas festividades e eventos católicos, bem como na política colonial propriamente dita que permitiu uma preservação maior para os negros de sua própria cultura e manifestações culturais que foram desenvolvendo no Brasil. A exclusão cordial e social negra permitiu que vivessem as suas culturas de acordo com suas necessidades de manifestação e expressão. Esta situação peculiar do Brasil permitiu e permite que se faça sem choques um resgate cultural da África no Brasil atual. Aliado a isso hoje o negro é também fonte de lucro e investimentos capitalista devido à quantidade populacional que representam no Brasil atual. A exploração econômica deste segmento aliado a Ter como produto a própria cultura afro permite uma expansão econômica e cultural das danças, religiões, moda, dos negros e para os negros no Brasil contemporâneo.

TRIVOLIM – Companhia de Expressões Populares, oferece cursos e workshops com a finalidade de entender a essência da cultura africana e sua contribuição enriquecedora na formação da nossa cultura, embasado na Lei 10.635/08 (Estudo da Cultua Brasileira - Africana-Indígena na Rede Básica de Educação).

* criado por Trivolim - Companhia de Expressões Populares
* Postado em 07.10.06 às 20:34:44

** Retirado do blog da Cia Trivolim: http://trivolim.blog.terra.com.br/dancas_e_folguedos_populares

*** Eadição de Fotos do Arquivo da Cia: Wilson Sacramento

Nenhum comentário:

Postar um comentário